Artesanado de Palha de milho, da cidade de Redenção da Serra. Artesã Giselda. Fotografia de Reinaldo Meneguim

Cavalhadas

ic_cavalhadasOs cavaleiros (12 representando Mouros e 12 representando Cristãos) sempre muito hábeis nas manobras com seus animais esforçam-se em campo para dar conta do entrecho dramático. E através de carreiras e evoluções, em duplas ou grupais, de manejos de espadas, lanças e tiros de festim, e com a participação de coadjuvantes mascarados, sempre em números variáveis. A luta termina com a vitória dos Cristãos e a conversão os Mouros. Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de França contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbolicamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que cada grupo faz ao campo adversário e a oposição das cores: azul para os Cristãos e vermelho dos Mouros. O conflito é acirrado com mortes, raptos, prisões, embaixadas e resgates.

Revelando São Paulo Vale do Paraíba SJC 2013
Cavalhada, foto: Reinaldo Meneguim.

 

 

 

 

 

 

 

 

A outra modalidade de Cavalhada, registrada no Brasil já no século 16, sem entrechos dramáticos, estrutura-se em uma série variável de jogos montados: das argolinhas, das canas (lanças), das alcancias. São muitas as noticias destes jogos equestres dentro da cidade e São Paulo no século 19, o que sugere que os paulistas já possuíam um gosto especial pelo divertimento.

 

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Cavalhada da Catuçaba
São Luís do Paraitinga

São Pedro do Catuçaba é um distrito de São Luís do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Nele a comunidade mantém viva a tradição da corrida de cavalhada, encenando a rivalidade de mouros e cristãos, com uma série de escaramuças e embaixadas, finalizando sempre com o apaziguamento dos dois grupos. Para celebrá-lo finalizam com as alcancias, espécie de torneio equestre de perfil medieval.

Parte integrante da Festa do Divino em São Luís do Paraitinga, consta que o registro desta manifestação é de 1870. Os dois mestres do grupo, Lauro de Castro Faria e Renô Martins de Castro, que há mais de 40 anos participam da Cavalhada, contam que seus pais já vivenciavam esta manifestação cultural desde infância, há mais de 100 anos.

Foto – Reinaldo Meneguin.

C:\Users\atmacedo.TONINHO\Documents\Janeiro 2011\Provisória\Para alocar\Fotos Cavalhada de Franca\RJM_1088 copy.jpgDoze são os Pares de França. Carlos Magno, e seus Doze Pares de França (representantes dos cristãos), continuam se enfrentando com outros Doze Mouros em numerosas arenas, em tantas corridas de cavalhadas Brasil afora, mais suntuosas umas, menos outras.

Se não ressurgem nas arenas e nos tropéis de cavalos, tomam vida, de forma simbolizada, nas lutas de mouros e cristãos contidas em nossas congadas e em tantos outros folguedos que permeiam, de forma especial, o ciclo natalino.

Perguntamos como este fato, a importância do número 12 em seu valor numérico literal e simbólico, ao lado outros tantos marcantes de nossa cultura popular tradicional, terá sido arquitetado.

Corrida da cavalhada de Franca – foto: Reinaldo Meneghin- 2008

D:\DIA 28_11_2009_RSP FRANCA PASTA A\RJM_1449 copy.jpg D:\DIA 28_11_2009_RSP FRANCA PASTA A\RJM_1497 copy.jpg D:\DIA 28_11_2009_RSP FRANCA PASTA B\RJM 081 copy.jpg

Flagrantes da Corrida da Cavalhada da Franca, no Paruqe Fernando Costa, durante o Revelando Alta Mogiana- 2008 – Fotos: Reinaldo Meneguim

 

 

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Cavalhada de Taguaí
Cristiano Valério (in memoriam)

As cavalhadas se estruturam como um grande teatro montado, representando as lutas entre mouros e cristãos, nas quais geralmente se inserem também representações das gestas medievais (grandes torneios), podendo se restringir a estes torneios.

É o caso da cavalhada de Taguaí, cidade próxima a Avaré, realizada durante o carnaval e em outros momentos festivos. Dela constam desfiles e torneios, com algumas provas muito tradicionais (como a das argolinhas), e outras adaptadas a partir do trato rotineiro com os animais, os cavaleiros mostrando grande destreza na montaria. A foto registra a corrida de um de seus cavaleiros buscando atingir o alvo, durante a prova das argolinhas.

Daí o motivo por também ser conhecida como Carnaval de Argolas.

Foto – Reinaldo Meneguin
Criação: T. Macedo e Felipe Scapino

Cavalhada da Franca
Momento da escaramuça dos mouros.

As cavalhadas são um tipo de teatro popular, campeiro, inspiradas nas lutas entre cristãos e mouros, que tiveram lugar na Península Ibérica, durante o período em que esteve ocupada por estes.

Estas representações ocorrem entre nós durante as festas do Divino e outras celebrações diversas. Estruturaram-se em encenação com cavaleiros que representam os 12 Pares de França, cristãos, trajando-se de azul, e 12 Mouros, trajados de vermelho. Montados em cavalos e armados com lanças, espadas e garruchas realizam verdadeiras coreografias. Consta que tenha sido apresentada pela primeira vez na Vila Franca do Imperador em 1831, organizada, por primeiro, por Hilário Dias Campos. Passou por um período de hibernação, e hoje integra o calendário de eventos do município, com apresentação prevista sempre em agosto, no Parque Fernando Costa.

Foto: Reinaldo Meneguin
Criação: Felipe Scapino/Toninho Macedo

Ocorrência: Franca, Guararema e São Luis do Paraitinga (Mouros e Cristãos); Igaratá e Santa Isabel (de jogos). 

 

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