Surgimento da Ação Cultural em 1973

A Abaçaí Cultura e Arte teve origem em 1973, na Escola Estadual de Primeiro Grau Stefan Zweig, na Zona Leste de São Paulo, onde Toninho Macedo, seu fundador, lecionou Língua Francesa no período de 1969/1973, e teve a chance de, durante os intervalos para almoço e com o apoio da Direção, desenvolver na quadra da escola, atividades extracurriculares, e voluntárias, que pudessem contribuir para o crescimento interior, social e estético das pessoas envolvidas naquele microcosmo escolar, e com reflexos na comunidade circunstante; atividade com implicações múltiplas, como a preconizada por Mário de Andrade (“Arte e Ação”), e teorizada e posta em prática por Paulo Freire (Ação cultural para a liberdade), tendo, então, como eixo gravitacional o teatro. 

E sua escolha como atividade catalisadora das ações e propósitos da Abaçaí não foi aleatória, uma vez que “é bastante antiga a convicção de que o teatro apresenta grandes possibilidades educativas – não só como arte a que assistimos, mas, também, como atividade de que participamos. Os próprios religiosos (lembremos Anchieta, no Brasil) fizeram largo uso do teatro como meio da educação”, como nos aporta Maria Antonieta Antunes da Cunha, lembrando-nos ainda que o teatro “é, sem dúvida, uma das experiências artísticas mais completas que podemos oferecer à criança e ao adolescente: reunindo muitas vezes literatura, música, canto, dança, cores e formas ligadas de modo muito especial, facilmente prende e sensibiliza a todos”. 

Completando, prossegue ainda a artista educadora: “O grande interesse do aluno pela atividade e os resultados dela, em termos de socialização, desenvolvimento de sensibilidade e de linguagem, nos fazem acreditar que deve o teatro ser uma constante na vida da Escola”. (CUNHA, 1977) 

“Neste sentido, a pedagogia que defendemos, concebida na prática realizada numa área significativa do Terceiro Mundo, é, em si, uma pedagogia utópica. Utópica, não porque se nutra de sonhos impossíveis, porque se filie a uma perspectiva idealista, porque implicite um perfil abstrato de ser humano, porque pretenda negar a existência das classes sociais ou, reconhecendo-a, tente ser um chamado às classes dominantes para que, admitindo-se em erro, aceitem engajar-se na construção de um mundo de fraternidade”. (FREIRE, 1982). 

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