Metas e Propostas

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Para uma Década de Paz

Mobilização permanente pela vida – a paz está em nossas mãos!

Algumas práticas a serem estimuladas:

Plantio da bandeira da paz, em caráter permanente, ao lado das bandeiras do Brasil e de São Paulo, nos mastaréis de cada escola e de outras organizações e instituições;

Buscar promover atividades informativas e de conscientização (encontros, palestras, ginkanas, bate papos, campeonatos, …) que levem as pessoas a se organizar, interagir, aprimorando-se no exercício da cidadania;

Estimular cada escola a realizar nos bairros, com as comunidades, durante a Semana da Pátria, desfiles cívicos de cidadania, levando para as ruas o branco da paz de permeio com o verde/amarelo;

Por uma década de cultura pela Paz

Paz na terra pelos homens de boa vontade

Ao longo destes dois milênios fomos nos habituando a uma idéia de paz transcendental, que se busca e se recebe como um dom divino, e não como uma condição essencial à humanidade e ao mundo. Paz na terra aos homens de boa vontade!

Nos habituamos também com a idéia transcendental de amor, como algo buscado e atingido em momentos especiais, e não como condição essencial e permanente para a nossa estada no mundo, para a nossa salvação coletiva e não individual.

Nos habituamos, ainda, à idéia arcaica de que os humanos devemos lutar e vencer, para sobreviver. Falamos de competição e luta criando um viver em competição e luta, e não só entre nós, mas também com o meio natural que nos possibilita, como sendo a forma normal do viver.

Entretanto não é a luta o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração e o compartilhamento. Não é a agressão a emoção fundamental que define o humano, mas o amor, a coexistência na aceitação do outro como um legítimo outro na convivência, no respeito às diferenças, no compartilhamento. E na justiça.

A competição e a vitória implicam na derrota do outro. Por isso as interações baseadas na competição, no preconceito, na obediência, na negação do outro, na exclusão não podem ser ditas sociais, pois negam nossa condição biológica de seres dependentes do amor; negam o outro como legítimo outro na convivência. A ambição pode, ocasionalmente, levar à riqueza ou ao êxito individual, mas não leva à transformação harmônica do mundo na sabedoria de uma convivência que não vai gerar nem pobreza nem abuso. Coexistência harmônica com o mundo natural, com a consciência de que um espirro mal dado poderá abalar as estrelas.

Assim a paz não é um dom, mas a conseqüência desse amor que se fundamenta nas relações, na aceitação mútua, e, como ele, deve ser cultivada, a cada dia. Tem que ser construída por cada um de nós. É contagiosa. Se a queremos no mundo é preciso começar por tê-la dentro de nós, cultivá-la com todos e não somente com os amigos! Começa na própria rua e se espalha, aos poucos, pelo bairro. Sem concessões a malandrices e sem fugir perante uma injustiça!

Para se fazer rir toda uma rua, basta começar a rir.

Com a paz há de ser a mesma coisa. Já não nos aconteceu de nos sentirmos felizes, um dia de manhã, mesmo sem motivo, e ao encontrar um desconhecido na rua sentir desejo de lhe dizer: Bom dia, tudo bem? E nesse dia nos sentirmos fortes, capazes de enfrentar quaisquer dificuldades, de ajudar qualquer um?

Amar os outros para os obrigar a amar outros- e assim de seguida em toda a terra! Começa assim a paz! Mas isto não é fácil…

Seguramente estas sejam, aproximadamente, as idéias de muitos de nós. E se é indispensável que haja alguém que dê o primeiro passo, a esta altura já somos muitos a fazê-lo. E o primeiro passo já foi dado. E, porque estamos assim de acordo, com os corações abertos, certamente a paz será um fato em nossa cidade.

Toninho Macedo – Dezembro de 1999 – Inspirado nas idéias de Gilbert Cesbron, expressas em  “Os Santos vão para o inferno” de Humberto Maturana, bem como nos esforços das vivências da Abaçaí Cultura e Arte.