O Papel da educação

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Aqui os processos educativos ganham uma centralidade talvez jamais vista na história contemporânea, não apenas considerando a escola formal mas também a “escola da vida”, que é constituída por outros espaços, experiências e saberes. A educação ganha um sentido cada vez mais claro de contribuir para o desenvolvimento humano, e não só de qualificar jovens e adultos para o mercado de trabalho. Como diz estudo da UNESCO: “A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento”. Surpreende-me que o discurso corrente ainda seja aquele de preparar o educando para o mercado de trabalho. Escolas marcadas pela lógica empresarial já chamam seus alunos de clientes. Sem comentários.

Mas, afinal, o que é desenvolvimento humano? Desenvolvimento humano é a conquista de uma vida mais saudável e longa, o acesso a bens e serviços que possibilitem uma existência digna, pessoal e coletiva. Mais: o acesso a conhecimentos úteis e a valores éticos e o reconhecimento dos direitos políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais construídos com cidadania e participação. Mais ainda: a possibilidade de produzir e exprimir a criatividade e construir com diversidade um rico imaginário. Finalmente: a realização de uma cultura do ser e não apenas do ter. A partir desse referencial já podemos concluir que a educação está predestinada, cada vez mais, a ter um papel complexo e fascinante no desenvolvimento humano.

Mas se o seu papel é aprimorar o desenvolvimento humano e não apenas qualificar estudantes para o mercado de trabalho, nem mesmo simplesmente reverenciar valores do passado, como devemos compreender o processo educativo? Retomo a discussão da UNESCO sobre os quatro pilares da educação, pois essa forma de apresentar é a mais completa das que tenho conhecimento. Essa separação em quatro itens é convocada e assinada pela UNESCO, mas conta com a presença dos maiores educadores e pensadores do planeta. A partir desta apresentação didática faço a minha reflexão, fruto de experiências com educação e cultura e de encontros nacionais e internacionais de que tenho participado ao longo dos últimos vinte anos.